Foi anunciado através da lista de discussão Transparência Hacker a aprovação por resolução no plenário da Câmara dos Deputados a criação do Laboratório Hacker da casa.
Veja abaixo o trecho do texto:
“Art. 2º O Laboratório Ráquer contará com espaço físico, de acesso e uso livres para qualquer cidadão, especialmente programadores e desenvolvedores de softwares preferencialmente livres, parlamentares e servidores públicos, onde poderão utilizar dados públicos de forma colaborativa para ações de cidadania.
Art. 3º O funcionamento do ambiente ráquer referido no artigo anterior contará com a participação da sociedade, nos termos de portaria do Diretor-Geral.”
A ideia surgiu através de conversas da comunidade do Thacker e dos participantes do Hackathon da Câmara, que aconteceu em outubro desse ano.
“Sinceramente achei que não era possível, mas o Presidente realmente apoiou a proposta e agora é realidade. Agradeço ao Pedro (Markun) pela ideia e por toda a comunidade aqui do Thacker e os hackatoners que vieram aqui na Câmara. E vamos construir isso juntos.”, escreveu Ferri, que trabalha na Câmara.
Bati um papo com o Cristiano, que será o Facilitador do Laboratório e compartilho aqui mais detalhes sobre o projeto:
“A finalidade do Laboratório Hacker da Câmara é proporcionar um espaço de colaboração entre hackers, especialistas em transparência, jornalistas, e parlamentares e servidores públicos.
Em especial, o Laboratório estimulará hackers a trabalharem dados de órgãos públicos em forma de aplicativos de inovação em cidadania, por meio do uso de software livre preferencialmente.
O foco não recai necessariamente em projetos voltados ao Legislativo, mas visa estimular o trabalho colaborativo de cidadania de forma mais geral, sem muitas restrições. Baseia-se, portanto, no princípio importante para o espírito hacker de valorizar o trabalho espontâneo de acordo com os interesses de cada um que deseja contribuir.
A equipe do Laboratório Hacker vai promover discussões com a comunidade hacker para definir a dinâmica de funcionamento, pois é uma premissa essencial do trabalho colaborativo que a definição do modus operandi seja feita de forma aberta e participativa. Mas, como é próprio de espaços hackers, vislumbra-se naturalmente a realização de atividades interativas com presenças constantes de hackers no espaço, tais como maratonas, oficinas e rodas de discussão.
Estamos aqui começando a preparar o espaço para estar minimamente funcionando já a partir de janeiro. Enfim, vamos fazer algumas discussões abertas no começo do ano que vem para definir isso tudo. Fique de olho para vc participar também.”
Particularmente, acho a iniciativa incrível e inspiradora. Ela já desperta discussões em outros órgãos públicos e traz à tona a discussão do aprendizado da cultura hacker aliada à gestão pública. Meus parabéns aos envolvidos e que o projeto vingue